segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

A choradeira inacreditável

Corre por aí a ideia de que o Benfica tem sido levado ao colo pelas arbitragens, porque, num terço dos seus jogos oficiais esta época, jogou em superioridade numérica, querendo com isso dizer-se que o Benfica só ganha com um a mais.

Como esses jogos incluem todas as competições (até na Champions o Benfica foi escandalosamente levado ao colo desta maneira), vamos centrar-nos só no campeonato.


Vê-se por este quadro que, em 22 jogos, o Benfica terminou o encontro em superioridade numérica em 8 deles, sendo que em 4 (Bessa, Pedreira, Coimbra e recepção ao Gil) o cartão vermelho foi exibido já muito perto do fim. Para uma equipa com o caudal ofensivo da nossa, defrontando adversários que defendem como podem, quem é que pode achar estranho que em 4 partidas o Benfica tenha jogado largos minutos em superioridade numérica?

Mais a mais, essas expulsões, rezam as crónicas, não têm sido forçadas. Relembrando a que está mais fresca na memória, quem é que mandou André Simões comportar-se daquela maneira? Foi Vieira que mandou incluir nos regulamentos que um jogador pode ser expulso se se dirigir ao árbitro naqueles termos? Foi Vieira que lhe pediu que fizesse aquilo?

O FCP de Lopetegui, o outro candidato ao título, que joga um futebol que os adversários têm menos dificuldade em controlar, beneficiou de menos expulsões adversárias (falta o jogo do Bessa no momento deste post).


Como ilustra o tempo de jogo que o FCP jogou em superioridade numérica na Madeira, jogar com um a mais não garante vitórias. Como também não se pode concluir que as outras vitórias só aconteceram devido a essa vantagem. Há até treinadores que defendem que jogar contra 10 é ainda mais difícil.

Contas feitas, o Benfica tem mais 42 minutos que o FCP em superioridade numérica. É isso que justifica a vantagem pontual de que o Benfica goza neste momento? Foi por jogar com um a mais que o Benfica foi vencer ao Dragão?

Que um clube que esteja para trás na classificação adopte este discurso, compreende-se, lamenta-se e até se aceita. Que a comunicação social alinhe nesta choradeira "inacreditável", isso, sim, já me parece suspeito.

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